
Os 110 anos do Cinema - Cento e dez anos de Ciência, Arte, Indústria e Comércio !
O Cinema, fotografias em movimento projectadas numa grande tela, foi apreciado pela primeira vez em Paris, no dia 28 de Dezembro de 1895, foi a primeira sessão pública com cobrança de bilhete e aconteceu no Salão Indiano do Grand Café, no Boulevard des Capucines em Paris. Do programa constava a exibição das seguintes películas de Louis Lumière: “La Sortie des Usines Lumière”, “Voltige”, “La Pêche aux Poissons Rouges”, “L’ Arrivé des Congressistes à Neuville–sur-Saône, “Les Forgerons”, “Le Jardinier et le Petit Espiègle (L’Arroseur Arrosé), “Le Dejeuner de Bébe”, “Saute à la Couvert”, “Place des Cordeliers” e “Baignade en Mer”.
O filme de grande sucesso “L’Arrivé d’un Train à La Ciotat” só passou a fazer parte do programa no mês de Janeiro seguinte.
A esta memorável sessão assistiram 30 espectadores entre os quais se contava Georges Méliès, que viria a ser chamado o pai do Cinema de ficção científica, por ter realizado em 1902 o filme “Viagem à Lua”.
O projeccionista foi Clément Maurice e a sessão foi dirigida por Antoine Lumière, pai dos inventores: August Marie e Louis Jean . O novo invento fez furor e todos desejavam ver as suas fitas. De Paris os irmãos partiram à conquista do público das principais cidades europeias, onde exibiram com idêntico sucesso as imagens em movimento. Em Julho de 1896 foi inaugurado em Nova Iorque o “Cinematógrafo dos Lumière”, o seu sistema foi considerado muito superior ao Vitascópio, aparecido alguns meses antes, do genial inventor norte americano Thomas Edison.
Sobre estas sessões primeiras escreveu Máximo Gorky, em 4 de Julho de 1896:
“Quando as luzes (lumières) se apagaram na sala onde nos é mostrada a invenção dos Lumière, uma grande imagem cinzenta – sombra de uma má gravura – aparece de súbito no écran (...) E tudo isto é estranhamente silencioso (...) sem barulho, as folhas cinzentas como a cinza são agitadas pelo vento e as silhuetas cinzentas das pessoas condenadas a um perpétuo silêncio, cruelmente punidas com a privação de todas as cores da vida, estas silhuetas passam em silêncio sob um sol cinzento.”
Felizmente, nestes 110 anos, o Cinema soube inovar técnica e artisticamente, tornou-se a Sétima Arte, fez a síntese de todas as outras e ainda hoje continua a encantar muitos milhões, em todo o Mundo, embora já por diversas vezes lhe tenham encomendado o funeral.
AJ