
Ainda sobre o comboio importa recordar que já em 04 de Julho de 2005 o Público através do jornalista Carlos Cipriano dava nota que "as expectativas sobre a alta velocidade têm comprometido solução mais rápida e barata da ligação da cidade à Linha da Beira Alta. "Viseu é a maior cidade da Europa continental que não é servida pelo caminho-de-ferro", disse ao PÚBLICO o especialista em Transportes Manuel Tão, à margem do 4.° Encontro da Transportes em Revista, que se realizou na terça-feira em Lisboa. "Causa perplexidade como é que, tendo sempre existido disponibilidades financeiras para beneficiar os eixos rodoviários de centros urbanos com mais de 90 mil habitantes, como Viseu, tem prevalecido uma completa ausência de vontade política para colmatar a pouca distância que separa a cidade da modernizada linha da Beira Alta", acrescentou o mesmo especialista, que considera "absurdo" estar-se à espera da linha do TGV Aveiro-Salamanca, "que provavelmente demorará décadas a ser construída", para acabar com este isolamento. Doutorado em Economia de Transportes, Manuel Tão diz que voltar a ligar Viseu à rede convencional "deveria constituir um desígnio nacional nas políticas de obras públicas prioritárias dos anos próximos, aproveitando-se o facto da região permanecer elegível para Fundos Europeus de Objectivo I, no próximo Quadro Comunitário de Apoio".(...) Manuel Tão diz que não há "perspectivas reais" de o acesso de Viseu à rede de alta velocidade ver o início das obras "antes de 2020" e a exploração do sistema a arrancar "antes de 2025".
Lembra que o projecto da alta velocidade custa 2,2 mil milhões de euros, enquanto a simples ligação de Viseu à Linha da Beira Alta, em rede convencional, nunca ultrapassaria os 250 milhões de euros, poderia beneficiar e uma comparticipação do Feder de 34 por cento a fundo perdido, e ficar concluída em 2012. Actualmente, a cidade é servida pelas estações de Nelas e Mangualde, mas com uma estação a construir na zona do Hospital de S. Teotónio ou do Palácio dos Desportos, a viagem Viseu-Lisboa, num comboio Intercidades convencional, poderia demorar apenas duas horas e 30 minutos. "Isso tornaria o transporte ferroviário atractivo e retiraria, seguramente, um trânsito significativo da estrada", prevê Manuel Tão. Por outro lado, este especialista adverte que esta solução não era incompatível com o projecto do TGV, desde que a estação a construir fosse concebida para funcionar como plataforma intermodal, onde pudessem coexistir a alta velocidade e a ferrovia clássica.Viseu ficou sem comboios no dia 01 de Janeiro de 1990, quando fechou a Linha do Vouga, que ligava a cidade a Aveiro. O ramal para Santa Comba Dão já tinha sido encerrado em 1988.
Na época cheguei a lançar esta petição "Viseu na linha do futuro! Todos pelo Comboio!" que ainda somou 600 assinaturas, muitas para acreditar que vale a pena apoiar esta causa, poucas para convencer os políticos viseenses a lutar por ela...