Fui desafiado pelo Fernando Figueiredo para escrever umas curtas linhas sobre o Plano de Recuperação Económica.
Depois de ponderada análise, optei por não ler um novo documento cozinhado nos escritórios do Eixo Lisboa - Porto. Eixo que nos conduziu à situação que hoje vivemos. Eu, como qualquer jovem do interior (nascido nos últimos 40 anos), se quer ter acesso ao elevador social, tem de estudar e trabalhar e referido Eixo Lisboa - Porto ou emigrar como fizeram os avós, os pais e os tios de muitos jovens do interior. O referido Eixo Lisboa - Porto, quase sempre contando com a complacência dos eleitos locais, muitas vezes contando com o apoio dos "nossos" autarcas, deputados, secretários de estado, ministros, tratou de garantir que a ascensão social é missão impossível no interior. Desse modo, lamento Fernando, eu sou do interior, não vou ler mais um papel impresso num gabinete de Lisboa, desenhado à medida dos interesses da capital e do porto, não posso cometer essa traição à minha gente. No entanto, estou certo que aquele plano em nada nos representa, em nada representa os interesses do interior. Por isso não obrigado, estou farto de ouvir as boas intenções de Lisboa e do Porto! Provoca em mim o mesmo tipo de interesse que ouvir um milionário a discutir contra um reduzido aumento do ordenado à senhora que veio de um país subdesenvolvido para lhe limpar a casa e aturar os filhos a troco de 600 euros, mais coisa menos coisa o ordenado do viseense comum.